Florianópolis: coletas para análises ambientais dão início à obra do Sistema de Esgoto Saco Grande
Aguardada há anos, a obra de implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) Saco Grande/João Paulo, em Florianópolis, iniciou suas primeiras atividades. Entre as ações iniciais estão coletas amostras de água e de sedimentos no manguezal do Saco Grande e nos rios Pau do Barco e Vadik, no bairro Monte Verde.
A análise da água dos mananciais, parte do Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas e Sedimentos da região, será realizada de três em três meses durante a implantação do sistema de esgoto pela CASAN.
A coleta é um dos requisitos da licença ambiental concedida pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA). Retiradas em 10 pontos, as amostras serão submetidas a análises físico-químicas e biológicas, para serem comparadas ao longo da obra.
ÁREA DE CONSERVAÇÃO
Atualmente, os Rios Pau do Barco e Vadik recebem contribuição irregular de esgoto de imóveis da região, sem tratamento algum. Com a ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e da rede coletora, os técnicos estimam a melhora na qualidade da água dos rios, com reflexos na saúde e na qualidade de vida dos moradores da região.
A descontaminação dos rios também é de grande importância ecológica, pois ambos deságuam no manguezal do Saco Grande, área pertencente à Estação Ecológica Carijós, unidade de conservação de proteção integral, rica em biodiversidade.
A ESEC Carijós serve de refúgio e reprodução para mais de 500 espécies de animais, entre elas o jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris), ameaçado de extinção. Autorizada pelo ICMbio, autarquia do Ministério do Meio Ambiente gestora e fiscalizadora das unidades de conservação, a coleta foi realizada em parceria com a associação de pescadores artesanais da praia do João Paulo e Saco Grande.
A OBRA
O SES Saco Grande/João Paulo prevê a implantação de 57 mil metros de redes coletoras nos bairros Saco Grande, João Paulo e Monte Verde, além de uma Estação de Tratamento de Esgotos com capacidade de depurar 85 litros/segundo em nível terciário.
O novo sistema também permitirá que entrem em operação 12.862 metros de redes de coleta e 811 ligações domiciliares implantadas na década passada na região de Cacupé, Sambaqui e Santo Antônio de Lisboa. No valor de R$ 103,7 milhões, a obra da CASAN que será executada pela construtora Itajuí está sendo financiada pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA).
As análises fazem parte do Programa de Monitoramento das Águas Superficiais e Sedimentos do Plano de Gestão Ambiental das obras do SES SAco Grande, e permitirão uma comparação entre a qualidade ambiental atual e obtida após a implantação do sistema