Análise do IMA ratifica informações do Se Liga na Rede
Além de não ser conclusivo sobre a causa das espumas e informar que precisa ampliar a análise, Relatório do IMA divulgado terça-feira indica que o fenômeno na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, não pode ser atribuído à fissura localizada em tubulação da Companhia, e imediatamente consertada, até porque voltou a aparecer mesmo após o reparo.
O IMA confirma o que já apontam Relatórios do Programa de Fiscalização Se Liga na Rede, que revela a existência de 821 imóveis com instalações sanitárias irregulares no entorno - ora não conectados à rede, conectados apenas parcialmente, com água da chuva ligada no sistema de esgoto, com o esgoto direcionado para a rede pluvial que leva à Lagoa ou sem Caixa de Gordura.
Das 7.072 economias da região, 2.478 estão fora do sistema público de esgotamento sanitário, com tratamentos individuais cuja adequação se desconhece. A CASAN acredita, por isso, que a melhor forma de preservação ambiental continua sendo o sistema de coleta e tratamento de esgoto, segundo mostram os índices toleráveis de Balneabilidade da Lagoa verificados pelo Instituto:
“Nos três pontos (analisados) foi verificada a presença de Escherichia coli, mas em valores "toleráveis", considerando o limite de 800 NMP/100ml”, diz o laudo do IMA. “A combinação da presença de Escherichia coli, valores levemente altos de nitrogênio total e a presença de detergentes, indica que há influência de esgoto sanitário na Lagoa da Conceição, ainda que alguns de seus valores estejam dentro dos padrões de qualidade preconizados pela Resolução CONAMA 357/2005”.
Estudo recente da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) já apontava indícios da contribuição de esgoto e observava que a espuma seria composta por microrganismos crescidos junto ao fundo da Lagoa, associado a microalgas de origem marinha e matéria orgânica em decomposição, inclusive da fauna lacustre.
Acervo CASAN