Profissionalismo, Sustentabilidade, Competência & Inovação Companhia Catarinense
de Águas e Saneamento

Superficiais da Ilha

MANANCIAIS SUPERFICIAIS UTILIZADOS PELA CASAN NA GRANDE FLORIANÓPOLIS


APRESENTAÇÃO

Devido à procura por parte de alunos do ensino médio e superior por dados sobre os mananciais superficiais que abastecem a Grande Florianópolis, e a não existência desses dados reunidos em um só volume, sentiu-se a necessidade da elaboração de um trabalho sobre estes mananciais.

Este trabalho foi elaborado por:

- Luiz Augusto Macedo - estudante de Engenharia Sanitária e estagiário da GMA (atual CGA) no período 2000/2001.
- sob a orientação da Engª Maria Cristina Vidal Büchele -
engenheira da GMA (atual CGA).

Agradecemos a colaboração de todos na elaboração deste trabalho, principalmente aos servidores da CASAN - Regional de Florianópolis e especialmente aos funcionários da Regional responsáveis pela manutenção destas pequenas captações, de grande importância para o bom funcionamento da distribuição de água tratada à população da Ilha de Florianópolis.
Vistas da cidade de Florianópolis

INTRODUÇÃO


Este trabalho tem por objetivo apresentar os mananciais superficiais de abastecimento público explorados pela CASAN, principalmente aqueles localizados na Ilha de Florianópolis, mas também apresenta algumas informações sobre os dois principais mananciais de abastecimento da Grande Florianópolis, situados em Santo Amaro da Imperatriz: Rio Cubatão e Rio Vargem do Braço.

È preciso deixar claro que os mananciais superficiais situados na Ilha são de pequeno porte e estão integrados ao Sistema de Abastecimento de Água da Grande Florianópolis, não atendendo isoladamente nem mesmo as localidades onde estão situados.

Apresentamos a seguir um resumo histórico sobre o abastecimento de água na Capital, que mostra que a preocupação com a saúde pública é de longa data. Devido a escassez de recursos financeiros e tecnológicos, as melhorias foram feitas ao longo dos anos e continuarão assim indefinidamente porque tanto o crescimento populacional como as inovações tecnológicas sempre nos instigarão a ampliarmos e melhorarmos os Sistemas de Abastecimento de Água já existentes.

 

HISTÓRICO


Em 1651 foi fundado o povoado de Nossa Senhora do Desterro, com
abastecimento de água proveniente, principalmente, do Rio da Fonte Grande,
depois denominado Rio da Bulha, e atualmente Rio da Avenida Hercílio Luz.

 

Em 1726 o povoado de Nossa Senhora do Desterro foi elevado à categoria de Vila, a partir de seu desmembramento de Laguna. Sendo que 23 de março de 1726 é a data oficial de fundação do município.

Conforme registram os jornais da época, antes de 1794 nenhuma obra de
saneamento havia sido construída na Vila do Desterro (sede do município), quando o então governador João Alberto Miranda Ribeiro proclama e faz sentir através dos jornais que o principal problema no momento na Vila de Desterro é a falta de água por não haver no local nenhuma fonte pública, nenhum reservatório nem rede de água de qualquer natureza.

Em 1829 a cidade se abastecia, através de vasilhames, de três fontes naturais:
· Fonte de Ramos (Largo Fagundes-próximo a atual Rua 7 de setembro);
· Fonte do Largo da Palhoça (atual Rua Vidal Ramos);
· Fonte do Campo do Manejo (próximo ao atual Complexo Esportivo Rozendo V. Lima, ao lado do Instituto Estadual de Educação).

Em 1837 foi construída a primeira fonte da Cidade de Desterro, na Fonte de Ramos.

Em 1851 a Assembléia Provincial aprova a desapropriação dos mananciais dos olhos d'água existentes nos morros leste da cidade.

Em 1860 a Câmara solicitou ao Presidente da Província medidas eficazes de preservação das matas da zona leste da cidade, onde se situam as nascentes das fontes de abastecimento de água. Também foi iniciado o comércio da venda de água a domicílio através da pipa montada sobre uma carroça.

Em 1865 a população adicionava açúcar para melhorar o gosto da água, e os jornais publicaram os primeiros anúncios para venda de filtros.

Em 1869 foi instalada uma bomba na carioca da Fonte de Ramos, para facilitar a extração de água, até então feita por escravos em vasilhames.

Em 1887 a Câmara Municipal obrigou as carroças pipas a usarem no verão um toldo de algodão grosso ou brim sobre varrões de ferro, cobrindo a pipa.

Em 1909 começou a implantação das primeiras redes de água em Florianópolis.

E, em 1910 foi inaugurada a 1ª adutora de Florianópolis, com extensão de 6.050 m e diâmetro de 300 mm, com captação no morro da Lagoa da Conceição, no manancial Cachoeira do Assopra e captação no Itacorubi, no manancial Córrego Ana D'Ávila. Também foi inaugurado o 1º reservatório de água da capital, no Morro da Caixa d'Água, que até então se chamava Morro do Antão, com capacidade de 3.000 m³.

A implantação das primeiras redes de distribuição de água, a construção do sistema de esgotos sanitários, a instalação da primeira rede elétrica, a construção do forno de lixo, e também a primeira ligação (ponte) Ilha
Continente, no início do século XX, se constituíram em obras bastante avançadas para a época.


Captação de água - Cachoeira do Assopra - Lagoa da Conceição


R-0 (primeiro reservatório de Florianópolis) - Morro da Caixa d'Água

No ano de 1922 foi inaugurada a adutora do manancial do Rio Tavares, com 200 mm de diâmetro e 10.600 m de extensão.

Em 1945 foi construída a captação de Pilões (Rio Vargem do Braço) e o canal adutor ( Santo Amaro da Imperatriz ).

Em, 1946, foram construídos os reservatórios R - 1 localizado no morro da Caixa d'Água, com capacidade de 2.000 m³, e o R - 2 na Avenida Ivo Silveira, de mesma capacidade.

No ano de 1965 aconteceu a construção da 2ª adutora do manancial de Pilões, e em 1975 deu- se o assentamento da 3ª adutora deste manancial.

Em 1984 foi iniciada a construção da Estação de Tratamento de Água do Morro dos Quadros, e em 1986 esta ETA foi inaugurada.


Vista da Entrada da Estação de Tratamento de Água em Santo Amaro da Imperatriz

 

 

ATUAIS MANANCIAIS DA ILHA

 

Atualmente, na Ilha de Florianópolis existe captação de água para abastecimento público em oito mananciais superficiais:

1. Manancial Cachoeira do Assopra;
2. Manancial Rio Tavares;
3. Manancial Córrego Grande;
4. Manancial Rio Pau do Barco;
5. Manancial Rio do Mel;
6. Manancial Meiembipe;
7. Manancial Córrego Ana D'Ávila;
8. Manancial Lagoa do Peri.

Nestas captações o tipo de tratamento feito é a desinfecção por hipoclorito de sódio.

Funcionários Josemir e Valdemar junto ao veículo com tração nas 4 rodas, único que permite acesso a todas as captações da ilha para coleta de água bruta e reabastecimento de hipoclorito de sódio.


Recipientes usados para coleta de água para análise.

Aparelho comparador de cloro

São feitas análises diárias da água distribuída, com exames bacteriológicos (coliformes totais e fecais), e análises físico-químicas como: ferro, cor, turbidez, cloreto e cloro residual na rede de distribuição de água para abastecimento, nas captações é feito um acompanhamento mensal e a análise de OD (oxigênio dissolvido).

 


A seguir, apresentaremos cada uma destas captações com dados técnicos de área da bacia hidrográfica e vazão, bem como apresentaremos várias fotos que ilustrarão a condição de cada uma delas. E, em anexo, uma planta com a localização de todas elas na Ilha de Florianópolis.

1. Manancial Cachoeira do Assopra


Localização: Morro da Lagoa da Conceição.

Área da bacia de contribuição: 0,97 Km²

Vazão Média: 21,20 l/s

Vazão média de estiagem ( Q 7,10 ): 5,90 l/s.

Vazão média captada: 10,00 l/s.

Tratamento: desinfecção (adição de hipoclorito de sódio).

Inicio da captação: 1910.

 

 

 


2. Manancial Rio Tavares


Localização: Rio Tavares.

Área da bacia de contribuição: 2,36 Km².

Vazão Média: 51,57 l/s

Vazão média de estiagem ( Q 7,10 ): 14,34 l/s.

Vazão média captada: 20,00 l/s.

Tratamento: desinfecção (adição de hipoclorito de sódio).

Inicio da captação: 1922.

 

 

 

 

 

 

 


3. Manancial Córrego Grande (Poção)


Localização: Córrego Grande.

Área da bacia de contribuição: 1,94 Km².

Vazão Média: 42,39 l/s

Vazão média de estiagem ( Q 7,10 ): 11,79 l/s.

Vazão média captada: 14,00 l/s.

Tratamento: desinfecção (adição de hipoclorito de sódio).

Inicio da captação: 1977

 

 

 

 

4. Manancial Rio Pau do Barco


Localização: Monte Verde.

Área da bacia de contribuição: 3,00 Km².

Vazão Média: 56,59 l/s

Vazão média de estiagem ( Q 7,10 ): 15,06 l/s.

Vazão média captada: 7,00 l/s.

Tratamento: desinfecção (adição de hipoclorito de sódio).

Inicio da captação: 1984

 

 

 

 


5. Manancial Rio do Mel


Localização: Cidade das Abelhas.

Área da bacia de contribuição: 1,35 Km²

Vazão Média: 29,50 l/s

Vazão média de estiagem ( Q 7,10 ): 8,21 l/s.

Vazão média captada: 4,00 l/s

Tratamento: desinfecção (adição de hipoclorito de sódio).

Inicio da captação: 1984

 

 

 

 

6. Manancial Meiembipe


Localização: Cacupé

Área da bacia de contribuição: 1,23 Km²

Vazão Média: 26,88 l/s

Vazão média de estiagem ( Q 7,10 ): 7,48 l/s.

Vazão média captada: 4,00 l/s.

Tratamento: desinfecção (adição de hipoclorito de sódio).

Inicio da captação: 1984

 

 

 

 

7. Manancial Córrego Ana D'Ávila


Localização: Itacorubi

Área da bacia de contribuição: 1,16 Km²

Vazão Média: 25,93 l/s

Vazão média de estiagem ( Q 7,10 ): 7,05 l/s.

Vazão média captada: 4,00 l/s.

Tratamento: desinfecção (adição de hipoclorito de sódio).

Inicio da captação: 1984

 

 

 

 

 

 

8. Manancial Lagoa do Peri


Localização: Lagoa do Peri

Área da bacia de contribuição: 20,1 Km².

Vazão Média: 433,78 l/s

Vazão média de estiagem ( Q 7,10 ): 121,63 l/s.

Vazão média captada: 200 l/s.

Tratamento: completo através de filtros de fluxo descendente.

Inicio da captação: 2000.

 

 

 

 

9. Manancial Rio Cubatão


Localização: Santo Amaro da Imperatriz

Área da bacia de contribuição: 536,25 Km².

Vazão Média: 11.717,66 l/s

Vazão média de estiagem ( Q 7,10 ): 3.259,45 l/s.

Vazão captada: varia de 500 a 1200 l/s
(varia de acordo com o período de estiagem e a qualidade da água)

Tratamento: completo através de filtro russo.

Inicio da captação: 1986

 

 

 

 

10. Manancial Vargem do Braço


Localização: Santo Amaro da Imperatriz

Área da bacia de contribuição: 138,47 Km².

Vazão Média: 3025,72 l/s

Vazão média de estiagem ( Q 7,10 ): 841,65 l/s.

Vazão captada: varia de 800 a 1300 l/s.
(varia de acordo com o período de estiagem e a qualidade da água)

Tratamento: completo através de filtro russo.

Inicio da captação: 1945

 

A natureza exuberante no entorno destas captações faz com que a população de um modo geral procure visitar estes locais, tornando-os suscetíveis a toda espécie de depredação, que nem sempre os funcionários da CASAN conseguem conter. A preservação da fauna e flora da região é de extrema importância para a preservação destes mananciais.


BIBLIOGRAFIA

 


- Ramos, Átila Alcides, 1994, A CASAN e o Patrimônio Histórico.

- Ramos, Átila Alcides, 1991, Saneamento Básico Catarinense, IOESC.

- Ramos, Átila Alcides, 1986, Memória do Saneamento Desterrense, Ed. CASAN.

- Projeto SAA Florianópolis CNPU/BIRD, 1984.

- Projeto SAA Conjunto Habitacional Saco Grande / Florianópolis, 1984.

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