Dados sobre mananciais superficiais da Ilha são levados para Conferência de Saneamento
Por meio de sua Gerência de Meio Ambiente e Recursos Hídricos a CASAN realizou um levantamento sobre uso e ocupação do solo nas áreas acima dos mananciais superficiais utilizados para o abastecimento de água de Florianópolis.
Foram avaliadas as chamadas Áreas de Contribuição, regiões onde a água proveniente da chuva escorre até o ponto de captação, contribuindo com a qualidade dos mananciais.
Alguns dados foram relatados durante a 1ͣ Conferência Municipal de Saneamento Básico de Florianópolis, que está sendo realizada de quarta a sexta-feira (22 a 24 de julho) na Assembleia Legislativa.
Engenheira sanitarista e ambiental Vanessa dos Santos fala sobre o trabalho aos participantes da conferência. Mais de 20 profissionais da CASAN acompanham o encontro
Grandes e pequenas captações
O estudo contemplou as áreas que contribuem para as grandes captações (rio Cubatão e rio Vargem do Braço e Lagoa do Peri), e para as pequenas em operação na ilha (Cachoeira do Assopra, na Lagoa da Conceição, Rio Meiembipe, Rio Tavares, Córrego Grande, Rio Pau do Barco, Rio do Mel e Córrego Ana D'Ávila).
O trabalho demonstra, por exemplo, que a Área de Contribuição do rio Vargem do Braço, o principal manancial de Florianópolis, está em sua grande parte (92%) dentro do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, onde a vegetação está preservada. Outros 8% estão na Área de Proteção Ambiental da Vargem do Braço, instituída em 2009. Na APA existe ocupação humana e atividades de agricultura e pecuária.
"A situação do rio Cubatão já é mais preocupante, pois 85% das áreas de contribuição estão em região não protegida", explica a engenheira sanitarista e ambiental Vanessa dos Santos, da Gerência de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da CASAN.
Em relação às pequenas captações da Ilha em operação, 95% das áreas de contribuição estão inseridas em regiões legalmente protegidas. Uma das exceções é o Rio Ratones, que possui apenas 43% da sua área legalmente protegida.
“Esse tipo de estudo é muito importante pois é um raio x do que acontece na área de contribuição, que se reflete diretamente na água que é captada e tratada para distribuição”, complementa Vanessa. Em sua avaliação, a situação é relativamente boa, pois a maioria das áreas é legalmente protegida, mas é preciso estar atento.
Gerente de Meio Ambiente da CASAN, Patrícia Barzan também auxiliou as apresentações das áreas de água e esgoto. Fotos: Neiva Daltrozo
“A CASAN tem encaminhados diferentes estudos para acompanhar a situação dos mananciais e participa dos conselhos que são responsáveis por sua conservação”, explica a gerente de Meio Ambiente da CASAN, Patrice Barzan. “Levamos os dados para a conferência, pois esse evento é uma forma participativa e democrática para discussão dos recursos hídricos de Florianópolis”, complementa Patrice.
Saiba Mais
Como foi feito o estudo
O trabalho foi realizado em duas fases. Inicialmente foram delimitadas as áreas de contribuição das captações a partir do arquivo de dados de hidrografia do estado, elaborado pela Agência Nacional de Águas (ANA).
Em seguida a avaliação da ocupação do solo foi realizada com a utilização do levantamento aerofotogramétrico de 2010 disponibilizado pela Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (SDS), o Plano Diretor de Florianópolis, os limites das unidades de conservação estaduais e municipais, além de dados operacionais da CASAN.
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Arley Reis / Gerência de Comunicação Social da CASAN
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