CASAN explica dificuldades em tratar água da Grande Florianópolis
Com o intuito de prestar esclarecimento público sobre as dificuldades de abastecimento de água na Grande Florianópolis, a CASAN convocou a imprensa na manhã desta quinta-feira. Durante 40 minutos, Carlos Alberto Coutinho, superintendente da Região Metropolitana, e Jair Sartorato, assessor da Diretoria de Operação, explicaram aos jornalistas dos principais veículos do Estado as dificuldades para tratar a água em função da sequência de tempestades que tem caído justamente sobre os pontos de captação.
A sequência recorde de tempestades, registradas geralmente aos finais de tarde, provocam um nível exagerado de turbidez na água dos rios Vargem do Braço (conhecido como Pilões) e Cubatão. Em decorrência da turbidez, que deixa a água com materiais orgânicos como folhas, galhos e outros sedimentos, o tratamento precisa ser mais gradual a fim de manter a qualidade da água distribuída. Este cuidado no tratamento é que gera a vazão menor do que a habitual em alguns bairros de Florianópolis, Biguaçu, São José e Palhoça.
Em Florianópolis, a região mais atingida é a Bacia do Itacurubi, que compreende os bairros Córrego Grande, Parque São Jorge, Jardim Anchieta, Itacorubi, João Paulo e Monte Verde. No Norte, Leste e Sul da Ilha, que têm mananciais próprios e sistemas independentes, as chuvas torrenciais não estão causando transtornos no abastecimento.
De acordo com a Defesa Civil de Santa Catarina, na região de Santo Amaro da Imperatriz e Palhoça - onde estão localizadas as captações de Pilões e Rio Cubatão - o nível de chuva está muito acima do normal. Segundo informações obtidas pela Celesc, os últimos 25 dias registraram uma sequência de tempestades e raios que não ocorria havia 60 anos.
“Depois das chuvas fortes a água vem cheia de restos de vegetação e resíduos em suspensão, chegando a ficar marrom", explicou Coutinho. "Então, precisamos de mais tempo para tornar a água adequada para distribuição”.
O engenheiro Jair Sartorato reiterou que justamente em função desse problema recorrente, cerca de R$ 18 milhões estão sendo investidos na ampliação da estação de tratamento de Cubatão. Uma das melhorias será a implantação do equipamento flocodecantador, um sistema complementar de filtração que vai ampliar a capacidade de tratamento de água em até 50%. Com a finalização da obra, prevista para o final do ano, a produção de água na ETA Cubatão passará dos atuais 2 mil litros por segundo para 3 mil litros por segundo.
PORTO BELO
Antes da coletiva de imprensa, Coutinho, Sartorato e o diretor de Operação, Paulo Meller, receberam uma comitiva de Porto Belo. Liderada pelo prefeito Evaldo José Guerreiro Filho (PT), por vereadores e outros líderes políticos e comunitários, além da direção da ARIS (Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento), a comitiva pediu à CASAM solução para problemas recorrentes de abastecimento na cidade. A queixa maior recai sobre a cor escura da água.
Em nome da Companhia, Meller pediu desculpas à população pelos transtornos e prometeu "soluções a curtíssimo, curto, médio e longo prazos". No início da próxima semana, uma força-tarefa da CASAN vai à cidade para tentar resolver todas as queixas (além da cor da água, a repavimentação das ruas e o atendimento da Agência local). Meller revelou que equipamentos já em fase final de instalação vão permitir ajustes radicais na estação de tratamento. A CASAN espera poder dar esta notícia boa á cidade nos próximos dias.
O problema de Porto Belo, porém, não se resolverá por completo com os ajustes na estação de tratamento. Conforme Coutinho explicou durante a coletiva de imprensa, a estiagem na região baixou de forma drástica o nível do Rio Perequê. Quando isso ocorre, Porto Belo e Bombinhas são as mais afetadas porque a CASAN tem de captar água abaixo do ponto utilizado pela Conasa para abastecer Itapema. Justamente por isso a CASAN está gestionando junto à Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS) regras novas de compartilhamento daquele manancial.
Foto: Superintendente Metropolitano Carlos Alberto Coutinho (esquerda) e Assessor da Diretoria de Operação Jair Sartorato (direita) esclareceram a situação que vem sendo enfrentada pela Empresa. (Maicon Clímaco de Souza/CASAN)
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