Lodo produzido pela CASAN será transformado em adubo e distribuído gratuitamente à agricultores
As mil toneladas de lodo produzidas mensalmente pela Companhia Catarinense de Águas e Saneamento na Grande Florianópolis passarão a ser transformadas em adubo. O projeto é uma parceria entre CASAN e a empresa RIOVIVO Ambiental, que irá inaugurar o primeiro secador de lodo do Estado. O projeto aguarda licença ambiental da Fatma para ser colocado em prática e permitir que o produto final seja distribuído a agricultores.
Ao todo a CASAN produz 1.500 toneladas de lodo por mês, 18 mil toneladas/ano, hoje enviadas para aterros sanitários por meio de contratos com empresas que dão ao material o destino adequado. O atual procedimento é considerado ecologicamente correto, porém visto como um desperdício pela própria Companhia.
Segundo engenheiro sanitarista da CASAN, Lucas Barros Arruda, a quantidade de lodo produzida não é um problema, significa uma maior eficiência no isolamento dos materiais sólidos, mas seu aproveitamento pode contribuir não só com o meio ambiente, ampliando a vida útil dos aterros sanitários, como contribuir com a economia fornecendo adubo para agricultores.
“Há muito tempo vínhamos estudando uma forma de reaproveitamento do lodo produzido pela CASAN, pois é um material que pode contribuir muito com alguns setores produtivos. Estamos dando um grande passo para sustentabilidade, devolvendo ao meio ambiente os nutrientes que ele nos deu”, considera Lucas
Lodo produzido na ETE Insular - Foto: Acervo CASAN
Ele explica que o lodo é formado na sua maioria por água, e tem muitos minerais provenientes de matéria orgânica decomposta. São os minerais que permitem a transformação do material em adubo, com algumas correções nos níveis de nutrientes que serão feitos pela Riovivo.
As principais culturas que vêm utilizando lodo em outros estados e países são as de soja e milho. Existem outras possibilidades como fruticultura e produção de celulose. A taxa de aplicação do adubo deve obedecer uma fórmula protecionista para evitar excesso de nutrientes. Os trabalhos apontam para uma taxa média de aplicação de 10 toneladas por hectare.
Todas as regras estão disponíveis na resolução, nº 375, de 29 de Agosto de 2006, do Conselho Nacional de Meio Ambiente, CONAMA, órgão que regula a aplicação do lodo na agricultura.
O secador que a empresa Riovivo Ambiental está implantando em Gaspar será o maior do Sul do Brasil, com investimento de R$ 3 milhões. A princípio, toda a produção será voltada à agricultura, o que não impede que o produto seja, futuramente, utilizado na geração de energia elétrica.