Análises laboratoriais mostram evolução da qualidade da água do Rio do Braz
As análises laboratoriais realizadas nos dois últimos anos pela CASAN mostram evolução na qualidade da água do Rio do Braz nos três parâmetros ambientais avaliados: oxigênio dissolvido, coliformes e nitrogênio amoniacal.
O oxigênio dissolvido - que mostra a capacidade da vida se estabelecer no ambiente aquático - , melhorou sensivelmente, como mostra esse quadro comparativo entre as temporadas. Comparadas as três últimas temporadas, a evolução foi de 0.48 mg/L (miligramas de oxigênio por litro) em 2015/16 para 3.89 mg/L em 2016/17, e está em 4.89 mg/L na atual temporada. Valores inferiores a 2 mg/L podem ser consideradas tóxicas para algumas espécies.
O engenheiro químico Alexandre Trevisan, da Gerência do Meio Ambiente, chama a atenção que a melhora na atual temporada não pode deixar de ser relacionada ao volume de chuvas acima da média, mas a limpeza dos canais de drenagem (construídos na década de 50 pelo DNOS) também contribui sensivelmente. Este item explica, por exemplo, a presença de "vida aquática”, como mostra o vídeo.
Os níveis de escherichia coli (E.coli) – que servem de indicador de balneabilidade – diminuíram sensivelmente no Verão 2016/17 comparado ao anterior e apresentam manutenção dos valores na atual temporada, o que significa uma boa notícia levando-se em conta a quantidade exagerada de chuvas deste janeiro.
"As condições ambientais estão muito piores para este indicador e, mesmo assim, o parâmetro se manteve estável. E a tendência ao longo da temporada é de melhoria”, explica Trevisan. Mesmo sendo a atual temporada um recorde dos últimos anos em termos de chuvas, o nível de coliformes está na casa dos 4.900 NMP/100mL, quando em 2015/16 chegou a 48.500 NMP/100mL.
Também os níveis de Nitrogênio Amoniacal – que são um bom indicador da eventual presença de esgoto irregular –, continuam apresentando melhoras ao longo das últimas temporadas. A diminuição de nitrogênio na água deve ser relacionada à redução de cargas de esgoto clandestino (graças à fiscalização e à nova Estação, que trata inclusive a água da chuva), mas também ao próprio aumento de chuvas e consequente abertura da barra que o separa do mar. A mistura das águas, salina e doce, faz bem ao Rio do Braz, considerando que essa troca é natural.
"O conjunto de ações de controle de poluição tem demonstrado eficiência", conclui relatório parcial da área Ambiental da CASAN. Desde janeiro de 2016, a CASAN vem desenvolvendo uma série de obras e ações para auxiliar na despoluição daquela área da cidade, contaminada há quase quatro décadas.
Entre estas ações destaca-se a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Canasvieiras, concluída em tempo recorde ainda em 2016, e a implantação da Unidade de Recuperação Ambiental (URA). Esta unidade trata 690 mil litros por dia, limpando e clarificando-a.
SOBRE A COR DA ÁGUA
Como o Rio do Braz passa por áreas com solos alagáveis e de mangue (com baixas velocidades e pouca circulação), uma grande quantidade de material orgânico é acumulada, tornando a água amarelada e formando ao fundo um lodo de coloração escura. Essa combinação dá o aspecto contrastante da água do rio e do mar, mas para observar a verdadeira cor da água do Braz basta preciso coletá-la em um copo, como o da foto.
Imagem: Água do mar (E) comparada à agua do rio (D)